Pequeno Alberto salva-se da morte por desnutrição

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05 meses depois, a foto acima revela que a fita do perímetro braquial mostra que o pequeno Alberto está em transição do amarelo para o verde, onde o verde significa condição melhorada do rastreio da desnutrição aguda.

‘’Alberto já esteve pior’’, disse-nos a avó, de nome Paula, revelando que em Julho do ano passado (2017), ele tinha desnutrição aguda grave.

A mãe do pequeno Alberto faleceu logo após o parto do menor. Sem leite da mãe, Alberto tinha imediatamente que receber suplementos alimentares como compensação. E isso era tudo o que a avo não tinha para dar.

Alberto estava numa unidade sanitária sem condições e com a avó também em péssimas condições financeiras para conferir dignidade ao recém-nascido. Eram muitos desafios para uma criança de apenas 1 dia de vida.  Alberto ficou quase um mês sem alimentação adequada.

A única riqueza que a avó possuía era a sua machamba, que daí extraia pequenos produtos para vender e a alimentar-se. Conseguia semanalmente 50 meticais e, às vezes, ainda menos ou nada.

A Sr. Victória Maguiguana, membro do Comité Comunitário de Proteção à Criança (CCPC) de Mangungumete (Distrito de Inhassoro, Província de Inhambane), foi quem descobriu o Alberto, com baixo peso e fraco desenvolvimento. ‘‘Fui eu quem o assistia, mas sozinha não tinha grandes condições para acelerar a sua recuperação.  O Instituto Nacional da Acção Social (INAS) já o apoiava, mas era uma gota no oceano’’, disse.

Victória, treinada para recuperar crianças em estado social ou clinicamente crítico, passou a ajudar ainda mais a avó Paula a confecionar papas enriquecidas com produtos da sua pequena machamba.

Se não fosse pela pronta intervenção dos CCPC de Inhambane, Alberto estaria entre os 26{1a4e51e2a19926db2eaab1bcf154673d0b74297663ea632f824f7b556dd28b8e} das crianças que morrem por desnutrição, sendo a desnutrição, em Moçambique, uma das principais causas de mortalidade infantil.

Dados oficiais mostram que, no país, 43 por cento das crianças com menos de cinco anos de idade, em média, têm baixo crescimento devido a doenças crónicas e a dietas alimentares inadequadas. Apenas uma em cada 10 crianças com menos de dois anos de idade recebe os nutrientes suficientes para um crescimento e desenvolvimento ideal.

Apesar da fita de perímetro braquial revelar a passagem do amarelo para verde, o pequeno Alberto ainda necessita de alguma atenção para estar no estado verde permanente.

Os Comités Comunitários de Protecção à Criança são a principal força motriz a nível de base. Embora com capacidade limitada, os CCPCs facilitam o acesso aos serviços, em colaboração directa com as instituições do governo, através da identificação, encaminhamento e assistência aos grupos mais vulneráveis da população.