”Multiplica-se mais a mensagem quando o pai da família é o primeiro a acatar”

‘‘Transpiramos. Não foi fácil convencer o Sr. Panusse a cuidar da sua própria saúde’’, disse Denis da Costa, chefe da equipa de mobilização e sensibilização contra malária em Ancuabe, um pouco depois de ver o Sr. Manuel Panusse a acatar as mensagens que eram passadas pelos voluntários sobre as medidas preventivas da malária. ‘’Só lamentamos o facto dessa mudança ter ocorrido após o Sr. Panusse ter contraído a malária e ter sido direcionado a unidade sanitária por um dos nossos voluntários’’, acrescentou.

Para os vizinhos, o Sr. Panusse sempre foi residente da comunidade e raramente aceitava os conselhos dos voluntários no âmbito da prevenção da malária. ‘’Quando chegasse a equipa de mobilização para lhe incentivar a usar corretamente a rede mosquiteira, ter boas praticas do saneamento do meio e a pulverização intra-domiciliária ele nunca aceitava’’, disse Paula, vizinha do Panusse, afirmando ainda que ele era agressivo e obrigava a equipa de sensibilização a sair da sua casa.

A experiência dos voluntários revela que o efeito multiplicador da mensagem é mais verificavel quando o pai da família é o primeiro a acatar as mensagens. O Sr. Panusse é exemplo disso.  Sendo pai de família, com 6 filhos e 10 netos , a mensagem chegou até ao mais novo da casa. ”meu pai tem nos dito para varrer o chão e esticar a rede sempre que quisermos dormir”, disse o pequeno Alberto, de 11 anos.

Panusse tem 54 anos de idade, vive na aldeia de Naputa, no extremo Sul do distrito de Ancuabe, a 16 Km da Vila Sede.